Imunidade de rebanho e COVID-19: uma combinação ainda incerta
Desde o início da pandemia de COVID-19, diversas informações acerca da doença tem sido amplamente divulgadas nos principais meios de comunicação - algo que, vale ressaltar, mostra-se de extrema importância na conscientização da população e, consequentemente, contribui para a contenção da contaminação pelo vírus. Nesse contexto, tornou-se comum o uso da expressão imunidade de rebanho, a qual é apontada como um dos fatores centrais ao controle da disseminação do novo coronavírus. Mas o que exatamente é imunidade de rebanho?
O que é imunidade de rebanho
Em primeiro lugar, é importante definir o conceito de imunidade: uma resistência, natural ou adquirida, a um agente infeccioso (como vírus e bactérias) ou tóxico.
Tendo isso em mente, imunidade de rebanho se refere ao efeito de aparente proteção dentre um determinado grupo de pessoas, resultante da imunização de uma parcela considerável dessas.
Tal efeito é ilustrado na imagem acima, que apresenta duas situações:
Na primeira, assume-se uma população cujos indivíduos não apresentam imunidade a uma determinada doença infecciosa. Sendo assim, um indivíduo doente tem chances muito altas de contaminar outro, que, por sua vez, pode contaminar um terceiro e assim por diante - gerando uma espécie de "efeito dominó".
Já na segunda situação, assume-se uma população em que grande parte dos indivíduos (digamos, 75%) apresenta imunidade a uma dada doença infecciosa. Neste caso, a chance de que um indivíduo infectado contamine outro cai para aproximadamente 25%, o que reduz consideravelmente a disseminação da doença em questão.
Como a imunidade pode ser adquirida
De modo geral, a imunidade pode ser adquirida de duas formas: o contágio e a vacinação. Para entender melhor como isso funciona, é necessário saber o conceito de antígeno:
- Antígeno: substância "estranha" ao organismo que, por isso, induz a produção de anticorpos. Neste contexto, utilizaremos o termo como sinônimo para agentes patogênicos, ou seja, os vírus e bactérias (bem como derivados desses) que causam as doenças.
Quando um indivíduo entra em contato com um determinado antígeno, seu organismo passa a produzir anticorpos com o intuito de combatê-lo. Contudo, no primeiro contato, tal processo é lento e, em virtude disso, o indivíduo tende a desenvolver os sintomas da doença. Com efeito, também será criada uma memória imunológica em relação a esse determinado antígeno, de modo que, em futuros contatos, a resposta imunológica será mais rápida e intensa - e, em muitos casos, pode evitar que o indivíduo adquira a doença atrelada àquele patógeno.
Tal princípio também explica o funcionamento das vacinas. Nelas, a introdução de antígenos inativos ou atenuados no organismo do indivíduo estimula a produção de anticorpos por parte desse, criando uma memória imunológica sem a necessidade de contrair a doença. Sendo assim, a vacinação em massa é uma forma segura e eficiente de desenvolver a imunidade de rebanho em uma população.
Imunidade de rebanho e a COVID-19
No que tange à COVID-19, ainda é muito cedo para se afirmar qualquer coisa sobre imunidade de rebanho, já que pouco se sabe a respeito de como o organismo humano reage após contrair a doença. De acordo com a reportagem "Coronavírus: o que a Ciência já sabe sobre imunidade pós-covid", publicada em julho deste ano pela BBC News Brasil, um estudo realizado por cientistas do King's College indicou que os níveis de imunidade adquirida após o contágio pelo novo coronavírus tendem a diminuir após 3 meses.
Portanto, até que uma vacina seja desenvolvida e testada adequadamente, a melhor forma de evitar a disseminação da doença continuará sendo respeitar o isolamento social.
Esta postagem se baseou em informações extraídas das seguintes fontes:
Informações muito importantes! Ainda há pessoas que não entenderam como se dá a transmissão e o que é imunidade de rebanho.
ResponderExcluirMuito legal Carol! Serviu para eu me informar!!
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