Uma breve história da Lua!

     Estamos no dia 20 de julho de 1969. O mundo todo encontra-se vidrado em frente às suas televisões e rádios, tentando não perder nenhum detalhe daquele evento tão grandioso. A qualidade da imagem e do som é precária - pelo menos quando comparada àquela que seria atingida em 2020. Mesmo assim, a tensão é tremenda, e aumenta cada vez mais, até que, finalmente, você escuta: "É um pequeno passo para o homem. Mas um grande passo para a humanidade."


    Não importa se sozinhos ou acompanhados, se nos Estados Unidos, Brasil ou Alemanha Ocidental. Todos compartilhavam um mesmo pensamento: "eu estou vivenciando a história".



    Caso estivesse viva nessa época, eu provavelmente demonstraria o mesmo sentimento ao testemunhar o primeiro pouso tripulado na Lua. Nesse contexto, os astronautas norte-americanos Neil Armstrong, Buzz Aldrin e Michael Collins fizeram parte da icônica missão espacial Apollo 11, a qual consistiu na "primeira viagem espacial capaz de levar o homem à Lua". 
    Não obstante, apesar da enorme grandiosidade e importância deste evento, é interessante destacar que ele apresenta, para além de intensões científicas, uma motivação essencialmente política. Situada na conjuntura da Guerra Fria, a missão Apollo 11 fez parte dos esforços empregados pelo governo norte-americano para ganhar a "corrida espacial": uma intensa disputa tecnológica entre os Estados Unidos e a União Soviética - a qual, em 1961, mandara o cosmonauta Yuri Gagarin ao espaço, o primeiro homem a conquistar este feito.

    Desde então, a Lua tem se mostrado um objeto de grande interesse da comunidade científica que, com os adventos do desenvolvimento tecnológico, vem explorando-a mediante a utilização de sondas espaciais. Diante disso, no início da semana passada, a Nasa anunciou a descoberta de evidências definitivas da existência de água na superfície lunar. Tal constatação já havia sido feita em investigações prévias do satélite natural, porém, desta vez, acredita-se que haja uma quantidade consideravelmente maior de água do que a prevista anteriormente. Diante dessa perspectiva, muitos pesquisadores da agência espacial acreditam ser cada vez mais viável, no futuro, a construção de uma base lunar que poderia, inclusive, ser abastecida por recursos disponíveis na própria Lua.

    Tendo isso em vista, a postagem desta semana apresentará algumas das principais características do satélite natural terrestre, e talvez - em um futuro talvez não muito distante - te ajudar a escolher o próximo destino de suas férias espaciais 🌙

    Características gerais da Lua

    Em primeiro lugar - puramente a título de brincadeira - gostaria de reforçar que a Lua não é composta por queijo. Ao contrário do mostrado em diversos desenhos, a crosta lunar é formada, na verdade, por rochas, como o basalto, junto à minerais, tais como alumínio, ferro e magnésio. 
    

    Ademais, no que se refere à sua formação, ainda não chegou-se a um consenso dentre a comunidade científica. Com efeito, atualmente, a teoria mais aceita - denominada Big Splash - propõe que essa tenha se originado de uma colisão entre o planeta Theia - dotado de tamanho semelhante ao de Marte -  e a Terra, logo no início da formação desta. Assim, em decorrência de semelhante impacto, o primeiro planeta teria se desintegrado, de forma que parte de seus fragmentos - majoritariamente sob a forma de rochas líquidas - teria se condensado em um mesmo corpo, que, por sua vez, teria sido "aprisionado" pelo campo gravitacional terrestre. Esse corpo corresponde, justamente, à Lua. 

    Quanto ao seu tamanho, pode-se afirmar que, em relação a outros satélites do Sistema Solar, a Lua apresenta dimensões relativamente grandes. Seu diâmetro (37 474,2 km) corresponde à aproximadamente 27% do diâmetro terrestre (12 742 km). Além disso, em relação aos demais satélites naturais de cuja densidade se tem conhecimento, esta também é consideravelmente densa, apresentando cerca de  . A título de comparação, a densidade da água é de , e a do chumbo,. Assim, caso fosse possível "destacar" a Lua do céu e colocá-la em uma piscina de chumbo, essa flutuaria! Porém, não se engane por tal densidade aparentemente pequena, já que a enorme massa associada a ela () é capaz de gerar fenômenos fascinantes na superfície terrestre, como é o caso das marés.

     As marés: como a Lua influencia a superfície terrestre

    A massa da Terra é aproximadamente 80 vezes maior do que a da Lua, seu satélite natural. Sendo assim, com base na expressão , utilizada no cálculo do campo gravitacional gerado por um corpo, infere-se que o campo gravitacional terrestre é significativamente maior do que o lunar. Mesmo assim, o campo gravitacional da Lua é capaz de exercer uma influência considerável sobre a superfície - ou melhor, sobre os oceanos - da Terra, sendo o grande responsável pela ocorrência das marés - ou, por outra, "alterações cíclicas do nível das águas do mar".

    
    Em suma, o movimento de rotação diário da Terra faz com que diferentes porções da superfície dessa fiquem expostas à Lua. Assim, quando os oceanos se encontram sob a "área de influência" do satélite natural, suas águas são submetidas a uma força de atração gerada pelo campo gravitacional deste. Consequentemente, ocorre um aumento pontual no nível dos oceanos e, em razão disso, forma-se uma "saliência" na superfície desses. Com efeito, a fim de "equilibrar" a as marés geradas em uma determinada região, a rotação da Terra se incumbe de formar outra "saliência" em uma região diametralmente oposta do planeta. Sendo assim, ao observarmos uma maré, podemos concluir que haverá outra - de "altura" semelhante - literalmente "do outro lado do mundo"!

        Por fim: por que existe o "lado oculto da Lua"?

    A explicação para esse fenômeno - o qual, por sua vez, inspira bastante curiosidade e já inspirou diversos livros e filmes - pode ser um tanto inusitada. 

(Direita: translação da Lua em torno da Terra levando-se em conta o movimento de rotação em torno de seu próprio eixo.
Esquerda: translação da Lua em torno da Terra ignorando-se o movimento de rotação em torno de seu próprio eixo.)


    Assim como a Terra, a Lua desempenha dois movimentos circulares, sendo um o movimento de translação em relação à Terra, e o outro, um movimento de rotação em torno de seu próprio eixo. Contudo, há um detalhe muito importante: o período do movimento de rotação da Lua é o mesmo de seu movimento de transação em torno da Terra. Logo, em virtude de tão curiosa coincidência, o satélite mostra sempre o mesmo "lado" para a superfície da Terra.

    Recomendações:

    Caso você se interesse por astronomia e deseje ficar a par das principais descobertas e trabalhos que envolvem essa área da ciência, acredito que gostará das seguintes recomendações:

  • "Nasa at home": neste site - desenvolvido pela própria Nasa - você poderá ter acesso à diversos materiais e conteúdos criados pela instituição. Dentre eles, estão vídeos, podcasts, e-books e, inclusive, depoimentos de cientistas que realizam pesquisas na Estação Espacial Internacional.


    Esta publicação foi baseada em informações retiradas das seguintes fontes:









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